Plano de Negócios

O ambiente empresarial situa-se em um contexto complexo. Um grande desafio para tomadores de decisão sobre investimento é elaborar estudos consistentes e fundamentados sobre eventual oportunidade que se apresente (CECONELLO & AJZENTAL, 2008).

Desse modo, empreendedores, empresários e executivos que busquem melhorar a sua chance de sucesso, devem embasar-se em análises lógicas e econômicas da oportunidade que se apresenta, seja ela um projeto ou um novo negócio. Ter uma ideia não é garantia de sucesso. Objetivos claros, estratégias definidas, ter a consciência dos recursos e das competências necessárias são itens fundamentais na construção de um negócio que almeje o sucesso. (BERNARDI, 2019).

Por trazer informações mais claras à oportunidade que se pretenda desenvolver, um plano de negócios transforma-se também em uma ferramenta de comunicação do empreendedor com potenciais interessados: investidores, fornecedores, distribuidores e parceiros. Ao compreender a lógica e os fundamentos econômicos em uma oportunidade em um negócio, as partes envolvidas sentem-se mais confortáveis em aportar os recursos necessários para o desenvolvimento do negócio. Nas palavras de BERNARDI (2019, p. 10),

o plano de negócios em si não garante o sucesso da empresa ou sua lucratividade; no entanto, quando desenvolvido com boa qualidade, aumenta as chances do empreendimento, pois, através da reflexão e da compreensão das necessidades, cria bases sólidas para o monitoramento do modelo e da estratégia de negócios.

Para BERNARDI (2019), a construção de um plano de negócios traz diversos benefícios: (i) melhor entendimento do negócio; (ii) determinação e compreensão das variáveis vitais e críticas; (iii) clareza quanto ao que fazer e ao que não fazer; (iv) visão de oportunidades; (v) abordagens criativas e inovadoras; (vi) definição de objetivos e observação da congruência dos elementos do modelo; (vii) observação de alternativas e possibilidades futuras; (viii) integração e motivação aos envolvidos na empresa; (ix) direção e rumo; (x) disciplina e motivação.

CECONELLO & AJZENTAL (2008), ensinam que um plano de negócio busca a “racionalização da intuição” por meio de pesquisas exploratórias que demonstrem consistência e correlação com fatos observados. Para os autores, racionalizar é “tornar algo mais inteligível por meio da busca da compreensão ou explicação de algo de maneira racional, lógica e coerente” (p. 604). O processo de análise do ambiente, dos objetivos, das estratégias, das competências e viabilidade econômica permite identificar as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças do negócio proposto (BERNARDI, 2019).

Ademais, como decorrência do desenvolvimento do plano, as análises qualitativas e quantitativas elaboradas definem metas para a medida de desempenho, ao mesmo tempo em que explicita os recursos necessários, destacadamente financeiros, para a consecução do plano (BERNARDI, 2019).

Os investidores não entram em negócios sem argumentos que o convençam da viabilidade lógica e econômica do negócio. Assim, é necessário que o plano de negócios contemple fatos e indicadores que tragam credibilidade à proposta. Um plano de negócios oferece indicadores consistentes aos tomadores de decisão (CECONELLO & AJZENTAL, 2008).

BERNARDI (2019, p, 13) ensina que um plano de negócios deve responder questões simples, porém de grande complexidade: “Qual é o nosso negócio? Onde estamos? Para onde vamos? Quais são os objetivos? Como vamos? Temos as competências necessárias? É viável? Quais os riscos?”. Todas estas são questões fundamentais e que devem ser respondidas de forma a tornar o plano mais assertivo e efetivo.

Todos reconhecem as mudanças que ocorreram no mercado nos últimos anos. Desse modo, para obter maior sucesso é importante que um negócio se diferencie dos negócios de seus competidores. Uma forma de obter a desejada diferenciação é através da inovação e da imitação criativa.   

(C) 2020 – Leandro Neves